sábado, 23 de janeiro de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 23 a 25 de janeiro de 2016




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Reflexos em Candiota: CRM e CGTEE fazem cobranças mútuas sobre endividamento
A diretoria da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) enviou ao Sindicato dos Mineiros de Candiota nesta sexta-feira, 20, informe onde expõe uma dívida de R$ 37,1 milhões que a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) possui com a empresa. Conforme a nota, que a entidade sindical publicou na sua página no Facebook, até o final de janeiro o débito chegará a mais de R$ 50,2 milhões. Devido a isso, a CRM ameaça o fornecimento de carvão mineral à CGTEE, justamente, segundo ela, pela falta de recursos para prosseguir abastecendo a Usina de Candiota. 
Conforme o comunicado, a ausência de pagamento implica também na impossibilidade de suportar débitos com os empreiteiros e fornecedores em geral que, direta e indiretamente, são participantes indispensáveis da operação da mina. O informe destaca ainda que os pagamentos dos fornecedores estão atrasados há mais de um mês e é possível que esse pessoal paralise as atividades já nos próximos dias. “A CRM vem envidando seus esforços apenas para honrar os pagamentos com os seus funcionários, mas já foi necessário alterar a escala de férias dos mesmos, pois não há recursos para indenização de férias”, diz a nota. 
No final do ano passado, o vereador candiotense Gildo Feijó (PMDB) e que é o atual superintendente administrativo da CRM, alertou, na tribuna do Legislativo, sobre a pendência dos pagamentos à companhia por parte da CGTEE. 

CGTEE REBATE - Em nota emitida ao TP pela asessoria de comunicação, o presidente da CGTEE, Francisco Romá- rio Wojcicki, que assumiu a estatal federal recentemente, assinala que foram realizadas diversas reuniões com a CRM, buscando um entendimento. “Realmente temos um atraso de dois meses, no entanto já pagamos adiantados 6 milhões de toneladas de carvão, ainda estocadas na CRM e não entregues à CGTEE, o que deveria dar um “colchão de sustentação” para a gestão da CRM. No momento, pelas dificuldades que a empresa está atravessando, a Eletrobras CGTEE quer receber o carvão já pago e não entregue. Estamos negociando e tentando buscar uma solução, assim como também queremos normalizar a situação pagando somente pelo carvão realmente consumido”, disse. 

NOVA USINA – Esta semana foi entregue para a Eletrobras, uma proposta para que as fases A e B da Usina de Candiota sejam substituídas por uma nova usina. A proposta, que não é nova, se aceita, pode trazer alento a longo prazo para a estatal federal. 

CORTES – Em curto prazo, segundo relatos de vereadores de Candiota, que recentemente estiveram reunidos com o novo presidente da CGTEE, estão sendo feito cortes profundos do ponto de vista administrativo, além de uma ampla reorganização interna. Conforme os vereadores, Wojcicki pediu um prazo até o mês de março para que as medidas surtam efeitos. Fontes internas da CGTEE afirmam que até o final deste mês, praticamente todos os cargos em comissão (CCs) serão demitidos.