Reflexos em Candiota: CRM e CGTEE fazem
cobranças mútuas
sobre endividamento
A diretoria da Companhia
Riograndense de Mineração
(CRM) enviou ao
Sindicato dos Mineiros de
Candiota nesta sexta-feira,
20, informe onde expõe uma
dívida de R$ 37,1 milhões
que a Companhia de Geração
Térmica de Energia Elétrica
(CGTEE) possui com a empresa.
Conforme a nota, que
a entidade sindical publicou
na sua página no Facebook,
até o final de janeiro o débito
chegará a mais de R$ 50,2
milhões. Devido a isso, a
CRM ameaça o fornecimento
de carvão mineral à CGTEE,
justamente, segundo ela, pela
falta de recursos para prosseguir
abastecendo a Usina de
Candiota.
Conforme o comunicado,
a ausência de pagamento
implica também na
impossibilidade de suportar
débitos com os empreiteiros
e fornecedores em geral que,
direta e indiretamente, são
participantes indispensáveis
da operação da mina. O informe
destaca ainda que os
pagamentos dos fornecedores estão atrasados há mais de
um mês e é possível que esse
pessoal paralise as atividades
já nos próximos dias. “A
CRM vem envidando seus
esforços apenas para honrar
os pagamentos com os seus
funcionários, mas já foi necessário
alterar a escala de
férias dos mesmos, pois não
há recursos para indenização
de férias”, diz a nota.
No final do ano passado,
o vereador candiotense
Gildo Feijó (PMDB) e que é
o atual superintendente administrativo
da CRM, alertou, na
tribuna do Legislativo, sobre
a pendência dos pagamentos
à companhia por parte da
CGTEE.
CGTEE REBATE - Em nota
emitida ao TP pela asessoria
de comunicação, o presidente
da CGTEE, Francisco Romá-
rio Wojcicki, que assumiu a
estatal federal recentemente,
assinala que foram realizadas
diversas reuniões com a
CRM, buscando um entendimento.
“Realmente temos
um atraso de dois meses, no entanto já pagamos adiantados
6 milhões de toneladas
de carvão, ainda estocadas
na CRM e não entregues à
CGTEE, o que deveria dar
um “colchão de sustentação”
para a gestão da CRM. No
momento, pelas dificuldades
que a empresa está atravessando,
a Eletrobras CGTEE
quer receber o carvão já pago
e não entregue. Estamos negociando
e tentando buscar
uma solução, assim como
também queremos normalizar
a situação pagando somente
pelo carvão realmente consumido”,
disse.
NOVA USINA – Esta semana
foi entregue para a Eletrobras,
uma proposta para que as
fases A e B da Usina de Candiota
sejam substituídas por
uma nova usina. A proposta,
que não é nova, se aceita, pode
trazer alento a longo prazo
para a estatal federal.
CORTES – Em curto prazo,
segundo relatos de vereadores
de Candiota, que recentemente
estiveram reunidos com o
novo presidente da CGTEE,
estão sendo feito cortes profundos
do ponto de vista
administrativo, além de uma
ampla reorganização interna.
Conforme os vereadores,
Wojcicki pediu um prazo
até o mês de março para que
as medidas surtam efeitos.
Fontes internas da CGTEE
afirmam que até o final deste
mês, praticamente todos os
cargos em comissão (CCs)
serão demitidos.