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Industria em Pinheiro Machado: Terminal no porto de Rio Grande para embarque da produção é debatido
As negociações para
que uma indústria de
pellets de madeira seja
instalada em Pinheiro Machado
e que representaria uma
reviravolta na cambaleante
economia local, estão avançando, sendo que recentemente
uma importante ação logística
teve andamento, qual seja, a
instalação de um terminal para
o embarque material no porto
de Rio Grande. O processo
foi avaliado durante reunião
recente na Secretaria do Desenvolvimento
Econômico,
Ciência e Tecnologia, entre o
Terminal no porto de Rio Grande
para embarque da produção é debatido
secretário Fábio Branco, o diretor-superintendente
do Porto
do Rio Grande, Janir Branco,
e investidores liderados pela
empresa Finagro.
Conforme Afonso
Celso Bertucci, presidente
da Finagro, a demanda mundial
por pellets está aquecida,
principalmente nos países da
Europa. Parte dessa demanda
será suprida, entre outros
fornecedores, pela unidade
silvoindustrial que deverá ser
instalada em Pinheiro Machado.
Para o secretário Fábio Branco, tanto o terminal
portuário como a logística de
transporte deverá contemplar
a integração de todos os
modais para uma exportação
estimada de 60 mil toneladas/
mês, entretanto, a ideia é que
a grande parte da produção
seja transportada por ferrovia,
já que a indústria em Pinheiro
Machado pretende se instalar
no Passo dos Pires, em área
próxima a linha férrea que liga
até o porto.
O diretor-superintendente
do porto de Rio Grande,
Janir Branco, adiantou aosinvestidores todos os procedimentos
que precisarão ser
adotados para viabilizar a
instalação de um cais acostável
de 500 metros de frente e das
esteiras transportadoras, uma
vez que o pellet, que tem formato
cilíndrico com cerca de 8
milímetros de diâmetro, exige
instalações adequadas para ser
embarcado.
Janir assinalou ainda
que, no âmbito do Plano de
Desenvolvimento do Porto,
é preciso compatibilizar as
atividades portuárias criando,
assim, condições em termos de
cais acostável e área física para
esteiras e alertou sobre os procedimentos
licitatórios de áreas
e instalações portuárias exigidos
pela Agência Nacional de
Transportes Aquaviários.
SAIBA MAIS– A primeira fase
do projeto prevê a instalação de
uma indústria de pellets, que
é a madeira transformada em
pequenos palitos para serem
usadas nas usinas termelétricas
europeias – que precisam
cumprir a legislação ambiental
de diminuição do uso de combustíveis
fósseis. Além disso,
a planta produzirá sua própria
energia com a implantação de
uma central termelétrica com
produção de 50 megawatts
(MW)/hora, consumindo
14MW e vendendo o excedente.
Segundo inventário
da Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Agronegócio do RS
(Seapa), a Metade Sul possui
cerca de 96 mil hectares de
floresta plantada, ente pinus,
eucalipto e acácia. Grande
parte desta área está sem mercado,
pois foi incentivada pela
possibilidade da implantação
de uma indústria de celulose
da Votorantim há alguns anos
– expectativa que se frustrou
com a crise mundial de
2008. Por conta desta enorme
demanda de matéria-prima
é que nasceu o projeto, que
nesta primeira fase pretende
produzir 600 mil toneladas de
peletts por ano, com o corte
de 5 mil hectares de floresta
anualmente. Na termelétrica,
além de peletts, será utilizada
a casca das árvores cortadas,
os galhos e folhas resultante do
corte, além de casca de arroz.
Com previsão de
iniciar a produção em 2017, a
indústria, nesta primeira fase,
pretende gerar 150 empregos
na planta industrial (110 na
produção de pellets e 40 na
termelétrica), bem como, cerca
de 650 na colheita da madeira,
que será toda mecanizada,
perfazendo 800 empregos
diretos. Além do pellets e da
energia térmica, de acordo
com Bertucci, o projeto prevê,
em etapa posterior, a produção
de etanol celulósico, que ainda
aguarda a finalização de estudos
científicos para que possa
ser industrializado. Na planta
termelétrica, a ideia é chegar
a uma usina com capacidade
de 200 MW, aumentando em
módulos de 50MW em cada
expansão. O mercado europeu
garante a compra de pellets
pelos próximos 20 anos, o que
viabiliza e dá total segurança
ao negócio. A implantação da
indústria terá o financiamento
de fundos de pensão europeus,
principalmente da Alemanha,
que já deram aval para o negócio.