quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 25 e 26 de fevereiro de 2016




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Industria em Pinheiro Machado: Terminal no porto de Rio Grande para embarque da produção é debatido

As negociações para que uma indústria de pellets de madeira seja instalada em Pinheiro Machado e que representaria uma reviravolta na cambaleante economia local, estão avançando, sendo que recentemente uma importante ação logística teve andamento, qual seja, a instalação de um terminal para o embarque material no porto de Rio Grande. O processo foi avaliado durante reunião recente na Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, entre o Terminal no porto de Rio Grande para embarque da produção é debatido secretário Fábio Branco, o diretor-superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, e investidores liderados pela empresa Finagro. 
Conforme Afonso Celso Bertucci, presidente da Finagro, a demanda mundial por pellets está aquecida, principalmente nos países da Europa. Parte dessa demanda será suprida, entre outros fornecedores, pela unidade silvoindustrial que deverá ser instalada em Pinheiro Machado. 
Para o secretário Fábio Branco, tanto o terminal portuário como a logística de transporte deverá contemplar a integração de todos os modais para uma exportação estimada de 60 mil toneladas/ mês, entretanto, a ideia é que a grande parte da produção seja transportada por ferrovia, já que a indústria em Pinheiro Machado pretende se instalar no Passo dos Pires, em área próxima a linha férrea que liga até o porto. 
O diretor-superintendente do porto de Rio Grande, Janir Branco, adiantou aosinvestidores todos os procedimentos que precisarão ser adotados para viabilizar a instalação de um cais acostável de 500 metros de frente e das esteiras transportadoras, uma vez que o pellet, que tem formato cilíndrico com cerca de 8 milímetros de diâmetro, exige instalações adequadas para ser embarcado. 
Janir assinalou ainda que, no âmbito do Plano de Desenvolvimento do Porto, é preciso compatibilizar as atividades portuárias criando, assim, condições em termos de cais acostável e área física para esteiras e alertou sobre os procedimentos licitatórios de áreas e instalações portuárias exigidos pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários. 

SAIBA MAIS– A primeira fase do projeto prevê a instalação de uma indústria de pellets, que é a madeira transformada em pequenos palitos para serem usadas nas usinas termelétricas europeias – que precisam cumprir a legislação ambiental de diminuição do uso de combustíveis fósseis. Além disso, a planta produzirá sua própria energia com a implantação de uma central termelétrica com produção de 50 megawatts (MW)/hora, consumindo 14MW e vendendo o excedente. 
Segundo inventário da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS (Seapa), a Metade Sul possui cerca de 96 mil hectares de floresta plantada, ente pinus, eucalipto e acácia. Grande parte desta área está sem mercado, pois foi incentivada pela possibilidade da implantação de uma indústria de celulose da Votorantim há alguns anos – expectativa que se frustrou com a crise mundial de 2008. Por conta desta enorme demanda de matéria-prima é que nasceu o projeto, que nesta primeira fase pretende produzir 600 mil toneladas de peletts por ano, com o corte de 5 mil hectares de floresta anualmente. Na termelétrica, além de peletts, será utilizada a casca das árvores cortadas, os galhos e folhas resultante do corte, além de casca de arroz. 
Com previsão de iniciar a produção em 2017, a indústria, nesta primeira fase, pretende gerar 150 empregos na planta industrial (110 na produção de pellets e 40 na termelétrica), bem como, cerca de 650 na colheita da madeira, que será toda mecanizada, perfazendo 800 empregos diretos. Além do pellets e da energia térmica, de acordo com Bertucci, o projeto prevê, em etapa posterior, a produção de etanol celulósico, que ainda aguarda a finalização de estudos científicos para que possa ser industrializado. Na planta termelétrica, a ideia é chegar a uma usina com capacidade de 200 MW, aumentando em módulos de 50MW em cada expansão. O mercado europeu garante a compra de pellets pelos próximos 20 anos, o que viabiliza e dá total segurança ao negócio. A implantação da indústria terá o financiamento de fundos de pensão europeus, principalmente da Alemanha, que já deram aval para o negócio.