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Candiota: Mineiros ameaçam paralisar atividades
Assembleia geral com trabalhadores será realizada na sexta-feira, 8.
Sindicato alega que direitos dos mineiros não são cumpridos pela CRM
Nesta sexta-feira, 8,
os trabalhadores da
Companhia Riograndense
de Mineração
(CRM)/Mina de Candiota,
convocados pelo Sindicato
dos Mineiros, vão realizar
uma assembleia na portaria
da empresa para definir se
haverá uma paralisação geral
na segunda-feira, 11.
Os motivos, segundo
o presidente do Sindicato,
Wagner Pinto, são em razão
dos direitos dos trabalhadores
que, segundo ele,
não estão sendo cumpridos.
“Fomos pegos de surpresa
durante instrução de serviço
da empresa, onde foi informado
que havia sido cortada
a periculosidade/insalubridade.
A gente está fazendo
um movimento forte com a
categoria. Acredito que vamos
parar na segunda-feira,
mas isso será definido em
assembleia”, relata.
O presidente pondera
que o Sindicato está reivindicando
há oito anos cortes
na terceirização. “80% da
arrecadação da CRM é destinados
ao pagamento de
serviço contratado. Realmente
onde deve ser cortado
o gasto não acontece. Quem
sofre é o trabalhador”, argumenta
Wagner.
O Sindicato está tomando
medidas jurídicas,
visto que o corte afetou
100% da categoria, envolvendo
cerca de 350 trabalhadores.
Outras questões
levantadas pela entidade
são em razão do atraso de
pagamento, principalmente
das férias. Wagner admite
que há funcionários sem
receber o período de férias
desde janeiro deste ano. “A
empresa valoriza mais os
terceiros do que os trabalhadores.
É uma indignação. A
diretoria poderia ter ligado
para o sindicato e ter informado
sobre o corte, mas não.
Foi enviado uma “IS” para a
empresa e nós não sabíamos
de nada. Fomos apenas ter
conhecimento através dos
funcionários”, questiona.
CONTRAPONTO - A CRM,
através da sua assessoria
de comunicação, assinalou
que sempre priorizou seus
empregados. Disse que a
CGTEE atrasou cinco meses
os pagamentos para com a
CRM, e apenas a folha dos
empregados, neste período,
manteve-se em dia, evidenciando
que ao mesmo tempo
os fornecedores arcaram
com o atraso.
Em relação as terceirizações,
a diretoria da
CRM afirma que todos os
contratos obedecem os critérios da Lei 8666/93 (das Licitações)
e são amplamente
transparentes. “Os contratos
com os fornecedores foram
renegociados na atual gestão
tendo-se conseguido uma
redução de valores contratuais,
dentro da política
governamental vigente de
redução de custos que só em
2015 foi de mais de R$ 2,3
milhões economizados pela
atual diretoria”.
Em relação ao corte
de periculosidade/insalubridade,
a CRM alega que foi
o Tribunal de Contas do Estado
do RS (TCE-RS) quem
determinou que só os trabalhadores
que efetivamente
tenham esses direitos recebam,
sendo que hoje eram
pagos indiscriminadamente.
“A empresa contratou o
SESI/RS para efetuar um
levantamento daqueles que
se enquadram legalmente
nesses adicionais”.
Quanto à paralisação, a diretoria diz que não
há motivos que está aberta
ao diálogo com o Sindicato.
NOTA
O Sindicato dos Mineiros vem a público repudiar os fatos que tem ocorrido
nas últimas semanas, envolvendo a negociação entre diretoria da CGTEE e
CRM e medidas de contenção de despesas adotadas pelo Governo do Estado.
Apesar de o Sindicato acusar insistentemente o processo de terceirização
na CRM que chega às margens de 75% (números estes negados por diretores
da mineradora) nunca foi tomada nenhuma providência, muito pelo contrário
cada vez mais se estreitou a relação “promiscua”, para não dizer outra coisa,
entre diretoria e empreiteiros. Sem fazer juízo de valores, sempre que politico se
envolve em transações milionárias com empreiteiros todo o cuidado é pouco.
Assim, não é de se estranhar que mediante todo um processo de dificuldade
financeira da companhia e um aperto por parte da atual direção da CGTEE
querendo resolver “tudo de errado”, da forma mais imediata possível e que pode
vir a quebrar a CRM e a diminuição de despesas por parte do Governo do Estado
venha a recair nos trabalhadores que estão sendo “surrupiados” (R$7 milhões
para empreiteiras estão garantidos o pagamento e retiram 30% de periculosidade
pagas a mais de 20 anos a todos os funcionários que não chega a R$250mil). É
bem como diz o ditado: “Banquete de caviar e economiza nos palitos”.
Um aparte: todos os envolvidos Governo, Ministério de Minas e Energia,
além da CRM e CGTEE são do PMDB.
Não é novidade o fato de ser desenfreada a terceirização e contratos milionários
com duas empreiteiras Fagundes e Transbalta. O Sindicato sempre foi
contrário a este tipo de NEGOCIATA que entra até na atividade fim da empresa.
Fato este ilegal.
A priorização dos pagamentos de milhões para empreiteiras torna claro o
“LAVA A JATO” aos interesses escusos.Assim:
*A CRM, com todo o seu potencial (no mínimo duas novas usinas termoelétricas
– em Candiota e Pedras Altas) está as margens da falência, única e
exclusivamente por incompetência das administrações.
*Já os pagamentos são priorizados para os empreiteiros e os direitos
adquiridos dos trabalhadores como férias não são pagos.
*Há dois anos a CRM não repassa aos empregados as evoluções previstas
no Plano de Carreira, mas paga verdadeiras fortunas de milhões de reais às
empreiteiras.
*Agora com anúncio de cortes de gastos do governo estadual mais uma
vez as empreiteiras receberão os seus milhões de reais que foram “surrupiados”
com a suspensão de pagamento de periculosidade e ou insalubridade que os
trabalhadores vinham recebendo há aproximadamente 20 anos.
Contra esses desmandos o sindicato dos Mineiros está providenciando medidas
judiciais e mobilizando os trabalhadores, sem descartar uma PARALISAÇÃO
GERAL que será decidido em Assembleia Geral na sexta feira as 8h da manhã.