quinta-feira, 7 de abril de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 07 e 08 de abril de 2016




LEIA  A NOTÍCIA:

Candiota: Mineiros ameaçam paralisar atividades
Assembleia geral com trabalhadores será realizada na sexta-feira, 8. Sindicato alega que direitos dos mineiros não são cumpridos pela CRM

Nesta sexta-feira, 8, os trabalhadores da Companhia Riograndense de Mineração (CRM)/Mina de Candiota, convocados pelo Sindicato dos Mineiros, vão realizar uma assembleia na portaria da empresa para definir se haverá uma paralisação geral na segunda-feira, 11. 
Os motivos, segundo o presidente do Sindicato, Wagner Pinto, são em razão dos direitos dos trabalhadores que, segundo ele, não estão sendo cumpridos. “Fomos pegos de surpresa durante instrução de serviço da empresa, onde foi informado que havia sido cortada a periculosidade/insalubridade. A gente está fazendo um movimento forte com a categoria. Acredito que vamos parar na segunda-feira, mas isso será definido em assembleia”, relata. O presidente pondera que o Sindicato está reivindicando há oito anos cortes na terceirização. “80% da arrecadação da CRM é destinados ao pagamento de serviço contratado. Realmente onde deve ser cortado o gasto não acontece. Quem sofre é o trabalhador”, argumenta Wagner. 
O Sindicato está tomando medidas jurídicas, visto que o corte afetou 100% da categoria, envolvendo cerca de 350 trabalhadores. Outras questões levantadas pela entidade são em razão do atraso de pagamento, principalmente das férias. Wagner admite que há funcionários sem receber o período de férias desde janeiro deste ano. “A empresa valoriza mais os terceiros do que os trabalhadores. É uma indignação. A diretoria poderia ter ligado para o sindicato e ter informado sobre o corte, mas não. Foi enviado uma “IS” para a empresa e nós não sabíamos de nada. Fomos apenas ter conhecimento através dos funcionários”, questiona. 

CONTRAPONTO - A CRM, através da sua assessoria de comunicação, assinalou que sempre priorizou seus empregados. Disse que a CGTEE atrasou cinco meses os pagamentos para com a CRM, e apenas a folha dos empregados, neste período, manteve-se em dia, evidenciando que ao mesmo tempo os fornecedores arcaram com o atraso. 
Em relação as terceirizações, a diretoria da CRM afirma que todos os contratos obedecem os critérios da Lei 8666/93 (das Licitações) e são amplamente transparentes. “Os contratos com os fornecedores foram renegociados na atual gestão tendo-se conseguido uma redução de valores contratuais, dentro da política governamental vigente de redução de custos que só em 2015 foi de mais de R$ 2,3 milhões economizados pela atual diretoria”. 
Em relação ao corte de periculosidade/insalubridade, a CRM alega que foi o Tribunal de Contas do Estado do RS (TCE-RS) quem determinou que só os trabalhadores que efetivamente tenham esses direitos recebam, sendo que hoje eram pagos indiscriminadamente. “A empresa contratou o SESI/RS para efetuar um levantamento daqueles que se enquadram legalmente nesses adicionais”. Quanto à paralisação, a diretoria diz que não há motivos que está aberta ao diálogo com o Sindicato.


NOTA
O Sindicato dos Mineiros vem a público repudiar os fatos que tem ocorrido nas últimas semanas, envolvendo a negociação entre diretoria da CGTEE e CRM e medidas de contenção de despesas adotadas pelo Governo do Estado. 
Apesar de o Sindicato acusar insistentemente o processo de terceirização na CRM que chega às margens de 75% (números estes negados por diretores da mineradora) nunca foi tomada nenhuma providência, muito pelo contrário cada vez mais se estreitou a relação “promiscua”, para não dizer outra coisa, entre diretoria e empreiteiros. Sem fazer juízo de valores, sempre que politico se envolve em transações milionárias com empreiteiros todo o cuidado é pouco. 
Assim, não é de se estranhar que mediante todo um processo de dificuldade financeira da companhia e um aperto por parte da atual direção da CGTEE querendo resolver “tudo de errado”, da forma mais imediata possível e que pode vir a quebrar a CRM e a diminuição de despesas por parte do Governo do Estado venha a recair nos trabalhadores que estão sendo “surrupiados” (R$7 milhões para empreiteiras estão garantidos o pagamento e retiram 30% de periculosidade pagas a mais de 20 anos a todos os funcionários que não chega a R$250mil). É bem como diz o ditado: “Banquete de caviar e economiza nos palitos”. 
Um aparte: todos os envolvidos Governo, Ministério de Minas e Energia, além da CRM e CGTEE são do PMDB. 
Não é novidade o fato de ser desenfreada a terceirização e contratos milionários com duas empreiteiras Fagundes e Transbalta. O Sindicato sempre foi contrário a este tipo de NEGOCIATA que entra até na atividade fim da empresa. Fato este ilegal. 
A priorização dos pagamentos de milhões para empreiteiras torna claro o “LAVA A JATO” aos interesses escusos.Assim: 
*A CRM, com todo o seu potencial (no mínimo duas novas usinas termoelétricas – em Candiota e Pedras Altas) está as margens da falência, única e exclusivamente por incompetência das administrações. 
*Já os pagamentos são priorizados para os empreiteiros e os direitos adquiridos dos trabalhadores como férias não são pagos. 
*Há dois anos a CRM não repassa aos empregados as evoluções previstas no Plano de Carreira, mas paga verdadeiras fortunas de milhões de reais às empreiteiras. 
*Agora com anúncio de cortes de gastos do governo estadual mais uma vez as empreiteiras receberão os seus milhões de reais que foram “surrupiados” com a suspensão de pagamento de periculosidade e ou insalubridade que os trabalhadores vinham recebendo há aproximadamente 20 anos. 
Contra esses desmandos o sindicato dos Mineiros está providenciando medidas judiciais e mobilizando os trabalhadores, sem descartar uma PARALISAÇÃO GERAL que será decidido em Assembleia Geral na sexta feira as 8h da manhã.