quinta-feira, 21 de abril de 2016

Jornal Tribuna do Pampa (Candiota) - 21 a 25 de abril de 2016



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UTE Ouro Negro: Projeto não participará do leilão de energia A-5
O certame será realizado no dia 29 de abril e a licença prévia (LP) do empreendimento não será emitida em tempo hábil

Não será desta vez que o projeto da Usina Termelétrica Ouro Negro, projetado para ser construído em Pedras Altas, participará do leilão de energia A-5. O empreendimento da Ouro Negro Energia S/A (ONE S/A) não disputará o certame, previsto para 29 de abril, porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda não emitiu a licença prévia (LP), pré-requisito que habilita o projeto a participar do leilão. A diretoria da ONE S/A esteve na terça-feira, 19, na Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. Na oportunidade o órgão solicitou à empresa uma complementação referente à outorga dos recursos hídricos. “Já estamos providenciando. Penso que em até 45 dias será emitida a LP”, ressalta o presidente da ONE S/A, Silvio Marques Dias Neto, mencionando que a empresa fará a complementação ambiental e aguardará a emissão da LP, estando, assim, pronta para disputar o próximo leilão, previsto para ocorrer ainda neste ano. 
A ONE S/A também desistiu do certame em razão de o preço de referência estabelecido para o leilão não ser convidativo. O valor inicial estipulado pelo governo federal varia de R$ 251 o megawatt-hora para projetos a biomassa e a carvão (como é o caso da UTE Ouro Negro) a R$ 290 para gás natural. 
A UTE Ouro Negro está avaliada em mais de R$ 4 bilhões. O projeto será financiado 80% com recursos das instituições financeiras da China. O restante do valor será pago com capital próprio das empresas sócias (ONE S/A, SEPCO1 e Power China). A SEPCO1 é também EPCista do projeto, ou seja, a empresa que será responsável pela obra. 
A termelétrica contará com dois geradores de 300 megawatts cada e deverá ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota, numa área de terras próxima ao arroio Candiota e da mina de carvão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Durante a construção do empreendimento, deverão ser gerados cerca de quatro mil empregos diretos e 500 quando o mesmo estiver em operação. 802 PROJETOS – A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 802 projetos para o leilão A-5 e que vai contratar energia elétrica para ser fornecida a partir de 2021. Ao todo serão 29.628 megawatts de capacidade instalada ofertados de variadas fontes, sendo a principal a eólica, com 17.131 MW, oriundos de 693 projetos. Duas hidrelétricas vão participar do certame, somando 111 MW, além de 52 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs); 40 termelétricas a biomassa; nove termelétricas a gás natural; cinco termelétricas a carvão; e uma termelétrica a biogás.

ONE S/A pretende instalar um parque eólico e duas hidrelétricas na região

Enquanto aguarda a licença prévia do projeto da UTE Ouro Negro e a realização de um novo leilão, a ONE S/A dará continuidade ao desenvolvimento de três projetos energéticos, sendo um parque eólico e duas centrais hidrelétricas. 
O parque eólico, de 100 megawatts, está previsto para ser instalado em Pinheiro Machado. A ONE S/A investirá cerca de R$ 250 milhões no projeto, que está em estágio inicial. Silvio destaca que a empresa está aguardando autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para instalar a torre de medição dos ventos. A previsão é que sejam gerados 500 empregos diretos na fase de construção do complexo e 30 quando o empreendimento estiver em funcionamento. 
As hidrelétricas estão projetadas para serem construídas em Piratini (cinco megawatts) e Pedras Altas (um megawatt). A central de Piratini será abastecida pelo arroio das Pedras e a de Pedras Altas pelo arroio Candiotinha. A hidrelétrica de Piratini contará com um investimento de R$ 18 milhões e a de Pedras Altas, R$ 10 milhões. Os projetos serão custeados 30% com recursos próprios da empresa e 70% através de linhas de financiamento. Os empreendimentos estão em fase de desenvolvimento da engenharia e dos estudos ambientais. “Os estudos ambientais da CGH Candiotinha serão entregues na Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS) dentro de três meses e o de Piratini até o final do ano”, conclui Silvio.