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UTE Ouro Negro: Projeto não participará do leilão de energia A-5
O certame será realizado no dia 29 de abril e a licença prévia (LP) do empreendimento não será emitida em tempo hábil
Não será desta vez que
o projeto da Usina
Termelétrica Ouro
Negro, projetado para ser
construído em Pedras Altas,
participará do leilão
de energia A-5. O empreendimento
da Ouro Negro
Energia S/A (ONE S/A)
não disputará o certame,
previsto para 29 de abril,
porque o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) ainda não
emitiu a licença prévia (LP),
pré-requisito que habilita
o projeto a participar do
leilão. A diretoria da ONE
S/A esteve na terça-feira,
19, na Agência Nacional de
Águas (ANA), em Brasília.
Na oportunidade o órgão
solicitou à empresa uma
complementação referente
à outorga dos recursos hídricos. “Já estamos providenciando.
Penso que em
até 45 dias será emitida a
LP”, ressalta o presidente da
ONE S/A, Silvio Marques
Dias Neto, mencionando
que a empresa fará a complementação
ambiental e
aguardará a emissão da LP,
estando, assim, pronta para
disputar o próximo leilão,
previsto para ocorrer ainda
neste ano.
A ONE S/A também
desistiu do certame
em razão de o preço de
referência estabelecido para
o leilão não ser convidativo.
O valor inicial estipulado
pelo governo federal varia
de R$ 251 o megawatt-hora
para projetos a biomassa e
a carvão (como é o caso da
UTE Ouro Negro) a R$ 290
para gás natural.
A UTE Ouro Negro
está avaliada em mais
de R$ 4 bilhões. O projeto
será financiado 80% com
recursos das instituições
financeiras da China. O
restante do valor será pago
com capital próprio das
empresas sócias (ONE S/A,
SEPCO1 e Power China). A
SEPCO1 é também EPCista
do projeto, ou seja, a empresa
que será responsável pela
obra.
A termelétrica contará
com dois geradores de
300 megawatts cada e deverá
ser construída em Pedras Altas,
na divisa com Candiota,
numa área de terras próxima
ao arroio Candiota e da mina
de carvão da Companhia Riograndense de Mineração
(CRM). Durante a construção
do empreendimento, deverão
ser gerados cerca de quatro
mil empregos diretos e 500
quando o mesmo estiver em
operação.
802 PROJETOS – A Empresa
de Pesquisa Energética
(EPE) habilitou 802 projetos
para o leilão A-5 e que vai
contratar energia elétrica para
ser fornecida a partir de 2021.
Ao todo serão 29.628 megawatts
de capacidade instalada
ofertados de variadas fontes,
sendo a principal a eólica,
com 17.131 MW, oriundos
de 693 projetos.
Duas hidrelétricas vão participar
do certame, somando
111 MW, além de 52 Pequenas
Centrais Hidrelétricas
(PCHs); 40 termelétricas a
biomassa; nove termelétricas
a gás natural; cinco termelétricas
a carvão; e uma
termelétrica a biogás.
ONE S/A pretende instalar um parque
eólico e duas hidrelétricas na região
Enquanto aguarda
a licença prévia do projeto
da UTE Ouro Negro
e a realização de um novo
leilão, a ONE S/A dará
continuidade ao desenvolvimento
de três projetos
energéticos, sendo um
parque eólico e duas centrais
hidrelétricas.
O parque eólico,
de 100 megawatts, está
previsto para ser instalado
em Pinheiro Machado. A
ONE S/A investirá cerca
de R$ 250 milhões no projeto,
que está em estágio
inicial. Silvio destaca que
a empresa está aguardando
autorização da Agência
Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) para instalar a
torre de medição dos ventos.
A previsão é que sejam
gerados 500 empregos diretos
na fase de construção
do complexo e 30 quando
o empreendimento estiver
em funcionamento.
As hidrelétricas
estão projetadas para serem
construídas em Piratini
(cinco megawatts) e Pedras
Altas (um megawatt).
A central de Piratini será
abastecida pelo arroio das
Pedras e a de Pedras Altas
pelo arroio Candiotinha.
A hidrelétrica de Piratini
contará com um investimento
de R$ 18 milhões
e a de Pedras Altas, R$
10 milhões. Os projetos
serão custeados 30% com
recursos próprios da empresa
e 70% através de
linhas de financiamento.
Os empreendimentos estão
em fase de desenvolvimento
da engenharia e
dos estudos ambientais.
“Os estudos ambientais
da CGH Candiotinha serão
entregues na Fepam
(Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique
Luiz Roessler – RS)
dentro de três meses e o de
Piratini até o final do ano”,
conclui Silvio.